Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição ZERO

Revista: Edição ZERO | Ano: 2022 | Corpo Editorial: Editorial | Todas edições: Todas
ISSN: 2966-4020
Óleos essenciais como larvicidas ambientalmente amigáveis para controle de mosquitos
Bolsista: Jean Paulo dos Santos Costa
Orientador(a): BRUNO GOMES DA SILVA
Resumo: O desenvolvimento de novos produtos de controle de mosquitos é importante para substituir métodos que não demonstram eficácia devido à resistência aos inseticidas, e para aumentar o leque de possíveis estratégias a aplicar no manejo integrado de vetores [1, 2]. Óleos essenciais (OE) são misturas de compostos do metabolismo secundários das plantas produzidos para se protegerem contra microrganismos e insetos. Estes óleos já demonstraram ter potencial para serem usados como larvicidas de mosquito vetores [3]. O aluno Jean Costa será inserido no projeto “Um larvicida ambientalmente amigável para controle de mosquitos” tendo como objetivo principal caracterizar potencialidade de alguns OE no manejo de fontes larvais (MFL), e identificar um novo OE com propriedades larvicidas para aplicar no processo de encapsulamento com levedura optimizado pelo consórcio do projeto. Este subprojeto tem quatro objetivos específicos: 1- Determinar a ação larvicida de curta duração de OE em Aedes. 2- Determinar o impacto de OE no desenvolvimento e metamorfose do Aedes. 3- Determinar a ação repelente de OE na oviposição das fêmeas de Aedes. 4- Desenvolver material educativo sobre OE no controle vetorial. O aluno usará no seu estudo seis óleos comerciais que podem ser obtidos por baixo custo (i.e. OE de laranja, OE de copaíba, OE de funcho doce, OE de anis estrelado, OE de hortelã-pimenta, e OE de hortelã-verde). Ensaios para determinar a ação larvicida (concentrações letais, CL) e o impacto no desenvolvimento e metamorfose (inibição da emergência de adultos, IE%) seguirão as recomendações da Organização mundial de saúde (OMS) [4]. Os óleos serão dissolvidos em etanol absoluto para poderem ser aplicados na água, ou encapsulados em levedura. Os ensaios para determinar concentrações letais terão várias concentrações de OE e dois controles negativos (água e solvente/partícula de encapsulamento). Em cada ensaio, 4 réplicas técnicas em ensaios com 25 ml e/ou 100 ml de solução e 25 larvas L3 serão preparadas para cada concentração. Mortalidade será verificada 24h após o início do ensaio. As CL para cada OE serão determinadas por regressão logística (modelo linear generalizado “logit”) implementada pelo software R com dados de pelo menos 3 réplicas biológicas. Os ensaios para determinar a proporção da inibição de emergência de adultos usarão 5 concentrações de OE e um controle negativo (reagentes da emulsão/encapsulamento). Quatro réplicas técnicas com 250 ml de solução e 25 larvas L3 e serão preparadas para cada concentração. Comida de peixe será adicionada diariamente até o final do ensaio. Emergência dos adultos e mortalidade de larva/pupa é recolhida diariamente até todos os adultos tenham emergido no controle negativo (ou tenham morrido). Pelo menos 3 réplicas biológicas serão testadas para cada óleo essencial, e IE% será calculado baseado nas indicações da OMS [4]. Ensaios de oviposição serão realizados em gaiolas teladas de 75x75 cm de base e 1,5m de altura com quatro armadilhas ovitrampas. Cada gaiola terá 2 armadilhas tratadas com 250 ml de solução com OE (múltiplos de CL90) e 2 armadilhas com água filtrada, que estarão distribuídas de forma diagonal nos cantos da gaiola. Uma fêmea Aedes alimentada artificialmente com sangue será usada em cada ensaio de 72 horas. O estudo de cada OE reunirá mais de 15 ensaios válidos (com pelo menos um ovo contado) para cada óleo e os ovos serão contados manualmente em cada paleta e solução. Testes não paramétricos pareados de Wilcoxon serão usados para verificar diferenças significativas no número de ovos entre armadilhas com OE e água. Um total de 2 apostilas educativas sobre a aplicação de OE no controle vetorial vão ser preparadas para publicação na plataforma de recursos educacionais da Fiocruz, Educare (objetivo adicionado devido a pandemia de COVID-19). Para preparar este material, uma pesquisa bibliográfica sobre as concentrações letais de cada óleo contra mosquitos Aedes e outros fatores dos OE foi realizada no Pubmed, Web of Science e Google acadêmico. Cronograma T1: Ensaios com funcho e laranja encapsulado em levedura (até setembro de 2022) T2: Publicação de apostilas de óleos cítricos e de hortelãs (até outubro de 2022) # T3: Ensaios de oviposição (outubro a fevereiro de 2022) T4: Ensaios com óleos em etanol (março a junho de 2022) T5: Ensaios para determinar impacto no desenvolvimento (em avaliação). T6: Tratamento estatístico (outubro de 2022, fevereiro de 2022, julho de 2022) T7: Submissão de artigo científico sobre os resultados das ações larvicidas dos óleos essenciais (julho de 2022) #: Poderá ser estendida para incluir mais óleos. Referências [1] Moyes C.L. et al.(2017) PLoS Negl Trop Dis,11(7): e0005625. [2] Achee NL et al.(2019) PLoS Negl Trop Dis, 13(1):e0006822. [3] Dias C.N. and Moraes D.F. (2014) Parasitol Res,113(2):565-592. [4] WHO (?2005)? WHO/CDS/WHOPES/GCDPP/2005.13, 39 p.
Diagnóstico de situação das infecções causadas por Mammarenavirus em populações humanas e animais
Bolsista: ANA BEATRIZ FERNANDEZ DA COSTA
Orientador(a): RENATA CARVALHO DE OLIVEIRA PIRES DOS SANTOS
Resumo: Os mammarenavírus, foco deste estudo, associados a febres hemorrágicas e comprometimentos neurológicos em humanos, possuem como principais reservatórios naturais roedores de diferentes espécies. Os roedores (ordem Rodentia) representam o maior grupo de mamíferos, compreendendo 42% da biodiversidade global deste grupo, e particularmente os ratos, ratazanas e os camundongos, são hospedeiros de pelo menos 60 agentes zoonóticos. Acredita-se que cada mammarenavírus está associado a um determinado roedor reservatório, e por isso, a sua distribuição geográfica está condicionada à distribuição do seu reservatório. A exposição humana ocorre, principalmente, através da inalação de aerossóis contendo partículas virais procedentes de excretas de roedores infectados. Até o momento, oito espécies de arenavírus foram descritas no Brasil em diferentes espécies de roedores silvestres, com exceção do vírus Sabiá, agente etiológico da febre hemorrágica brasileira, cujo reservatório natural ainda é desconhecido, e que reemergiu em dezembro de 2019 no Estado de São Paulo. Assim, o projeto tem como objetivo: avaliar a circulação de mammarenavírus em populações humanas vulneráveis e em populações de roedores. Adicionalmente, pela necessidade de adequações por conta das restrições impostas pela pandemia da COVID-19, foram realizadas revisões sistemáticas sobre vírus, incluindo os mammarenavírus, identificados em roedores e morcegos no Brasil. Para isto, foram adotados métodos de busca sistemática e por artigos científicos em bases de dados bibliográficos, como PubMed (Medline), LILACS, Embase, Scopus e Scielo, para identificar e selecionar os estudos relevantes ao tema, seguido de coleta e análise de dados desses artigos. Nossos resultados preliminares apontaram para a detecção de agentes infecciosos (helmintos, vírus e bactérias) em seis famílias de roedores descritas em 135 artigos. Houve um predomino (63,47%) de publicações sobre detecção de vírus em roedores, fato que pode ser explicado pela intensificação das pesquisas para identificação de roedores reservatórios de hantavírus no país após a emergência da síndrome cardiopulmonar por hantavírus em 1993. Nove famílias virais foram reportadas em quirópteros no Brasil (31 artigos), a maioria dos estudos incluídos concentra-se na região Sudeste. Esses resultados demonstram um hiato no conhecimento quanto à diversidade patógenos em roedores e quirópteros em um país megadiverso como o Brasil, apontando para a necessidade de se expandir a investigação de agentes virais nesses animais. A partir da retomada das atividades presenciais, amostras de diferentes espécies de roedores capturados durante expedições de campo independentes, conduzidas em diversas localidades do Brasil, entre os anos de 2010 a dezembro de 2019, e que se encontram armazenadas no Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (LHR/IOC), serão selecionadas para pesquisa de mammarenavirus. Inicialmente, serão conduzidas análises sorológicas e moleculares de 260 amostras de roedores silvestres capturados em um estudo longitudinal realizado no estado de Minas Gerais. Em paralelo, um banco de dados com cerca de 630 amostras de uma população de cortadores de cana de açúcar manual, foi compilado e suas amostras separadas para análises sorológicas. Trata-se de uma população rural, de baixo poder aquisitivo, com comportamentos que os colocam em risco para infecções por mammarenavírus. A análise de amostras que se encontram estocadas no LHR/IOC obtidas de estudos previamente conduzidos com diferentes populações de roedores, assim como de populações humanas vulneráveis, possibilitará a obtenção de dados inéditos sobre a circulação destes agentes infecciosos, e subsidiará medidas para o diagnóstico e implementação desta linha de pesquisa no Brasil, contribuindo com a vigilância eco-epidemiológica das febres hemorrágicas virais.
Níveis de benzeno, cádmio e chumbo encontrados no ar interno e externo de oficinas mecânicas
Bolsista: Ester Lopes da Costa
Orientador(a): MARIA DE FATIMA RAMOS MOREIRA
Resumo: Os químicos emitidos para o ambiente podem contaminar o ar, a água e o solo, onde se degradam ou persistem como contaminantes. Indústrias como fundições, galvanoplastia, retíficas de motores e siderúrgicas emitem substâncias tóxicas participantes do processo de produção, que contaminam o ambiente e a população. As oficinas tendem a se localizar em áreas urbanas residenciais, visando estarem próximas aos clientes. No município do RJ, em um raio de 9 Km, foram encontradas 16 oficinas com atividades de retífica, das quais 9 se encontram em área de zoneamento urbano, que deveria ser exclusiva para residências, não sendo permitidas atividades comerciais que gerassem impactos ambientais negativos. O objetivo deste trabalho é determinar os níveis de benzeno, cádmio e chumbo encontrados no ar interno e externo às oficinas, coletado com amostradores de baixo, médio e alto fluxo.
Manejo terapêutico da COVID 19 e desenvolvimento de Transtorno por Uso de Opioides (TUO)
Bolsista: MARINA URURAHY SORIANO DE SOUSA
Orientador(a): Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro Bastos
Resumo: Os opioides são substâncias psicoativas utilizadas como opções potentes de terapia álgica, visando o manejo de dores aguda intensas e controle de dores crônicas de grande intensidade. Nesta última situação, trabalhos recentes mostram que uma parcela de pacientes desenvolve efeitos adversos de severidade variável. Uma fração deles desenvolve o Transtorno por Uso de Opioides (TUO). Este se caracteriza por efeitos adversos graves e persistentes, tolerância e, eventualmente, dependência. A fração dos pacientes que vem a desenvolver TUO é variável, em função da casuística, dos opioides utilizados, sua formulação e dose. Excluídos os cuidados paliativos, quando a elevada mortalidade impede a avaliação de um quadro de instalação gradual, a proporção de pacientes que desenvolve TUO após uso continuado de opioides é de aproximadamente 10%. Além de atuarem em áreas neurais associadas à percepção da dor, os opioides estão presentes em sistemas de recompensa (e.g. núcleo accumbens e área tegumentar ventral), associados à sensação de prazer e bem-estar. Dentre seus efeitos colaterais, se destacam a tolerância e a dependência (1). A síndrome de abstinência aos opioides é grave e potencialmente fatal (2). O desenvolvimento de esquemas que visem ao uso judicioso dos opioides e a determinação de fatores de risco associados aos seus efeitos adversos são imprescindíveis. No contexto da pandemia de COVID, observou-se uma elevação pronunciada no uso desses fármacos, sobretudo devido à sua importância no manejo de intervenções que afetam as vias respiratórias (e.g. o uso de ventilação mecânica). Foi evidenciado um aumento significativo do consumo hospitalar de Fentanil, Remifentanil e Metadona parenterais, em 2020 (vs. 2019), em séries históricas de uma rede de hospitais privados (2). Entretanto, em análises exploratórias não foram identificadas referências na literatura que relacionassem o manejo do COVID ao desenvolvimento de TUO, destoando do modelo antes descrito. Isso poderia estar associado a uma extensa série de fatores: a expressiva mortalidade de pacientes com quadros mais graves da infecção, a não utilização de protocolos diagnósticos para TUO ou confundidores de natureza neurofisiológica/psicopatológica, já que o COVID pode cursar com complicações neuropsiquiátricas, como depressão, ansiedade, comprometimento da memória e transtorno de estresse pós-traumático, complexo conjunto de transtornos, sinais e sintomas, enfeixados na assim denominada “Síndrome pós COVID” (3,4). Para esclarecer se há associação entre a aplicação massiva de opioides no manejo de pacientes afetados pela COVID 19 e o desenvolvimento de padrões de uso prejudicial, o presente estudo realizará uma revisão dos quadros mórbidos, sobretudo neuropsiquiátricos, da síndrome pós-covid em pacientes pediátricos e hebiátricos. A escolha dessa população se justifica pela menor proporção de comorbidades e predisposição à dependência, devido à sua elevada neuroplasticidade cerebral e ao desenvolvimento em curso do córtex frontal (1). Será analisada a necessidade de ampliação da amostra para jovens adultos, devido a uma menor proporção de casos graves, que exigem suplementação de oxigênio, em crianças e adolescentes (5), situação que sofreu alterações na vigência da variante Ômicron. No contexto desta, as internações nessa população atingiram números nunca vistos desde o início da pandemia (6). Essa revisão será realizada por pesquisadores da FIOCRUZ em colaboração com o IDOR, nas bases de dados Medline, EMBASE e Scielo. A revisão sistemática e metanálise almejam subsidiar a elaboração de medidas que busquem normatizar a utilização de opioides no contexto de afecções graves, como o COVID, e reduzir o risco do estabelecimento de uma disseminação de quadros de dependência e overdoses, como ocorreu nos EUA, a partir de 1990. Objetiva-se ainda o aprendizado das normas e procedimentos da Colaboração Cochrane e do registro correto de protocolos em bases como a Prospero.
Planejamento, síntese e avaliação de novos derivados 3-nitro-1,2,4-triazólicos como possíveis agentes anti-T. cruzi.
Bolsista: ALEXANDRE FELIPE DE ARAUJO DESIDERIO
Orientador(a): FREDERICO SILVA CASTELO BRANCO
Resumo: A doença de Chagas, causada pelo parasita Trypanosoma cruzi (Tc), afeta entre 6-7 milhões de pessoas no mundo. A quimioterapia para esta doença não é satisfatória, uma vez que os dois únicos fármacos utilizados para o tratamento, nifurtimox e benzonidazol (BZD) apresentam inúmeros efeitos adversos e eficácia bastante limitada na fase crônica tardia da doença. Estudos sobre inibidores da biossíntese de ergosterol (IBE) que atuam na enzima CYP51, tais como o posaconazol (PCZ) têm apresentado resultados bastante relevantes, em especial os que envolveram o PCZ, fármaco este que apresenta o núcleo 1,2,4-triazol. PCZ foi capaz de promover a cura de animais infectados nas fases aguda e crônica, mas recentemente os resultados mostraram falha nos testes clínicos. Uma hipótese é que a baixa biodisponibilidade oral do PCZ em humanos tenha comprometido a sua eficácia, o que pode ser explicado pela sua violação à regra dos 5 de Lipinski. Além disso, o custo sintético para o PCZ é bastante elevado, comprometendo a sua utilização para uma doença negligenciada. Considerando que a cadeia lateral do posaconazol é a principal responsável por essas violações dos descritores de Lipinski, em trabalho ainda não publicado do nosso grupo de pesquisa, foi desenvolvida uma série de derivados do posaconazol estruturalmente mais simples, com alterações na cadeia lateral visando acabar com essas violações e também diminuir o custo sintético. Essas alterações foram feitas através da inclusão de grupos fenoxilas provenientes de fenóis de baixo custo e que mimetizam o início das cadeias laterais de alguns IBEs mais ativos contra o Tc. Todos os derivados se mostraram mais potentes do que o benznidazol (IC50 = 3,8 µM) e o fluconazol (IC50 = 47,0 µM) contra Tc. Embora os IBEs apresentem, em sua maioria, a presença do anel difluorbenzeno, trabalhos recentes mostram que a sua substituição pelo anel fenilbenzeno é altamente benéfica para a atividade. Paralelamente, a literatura mostra que o benzonidazol, um fármaco 2-nitroimidazólico, também pode agir na enzima CYP51 através de inibição irreversível desta enzima, porém com baixa afinidade, o que abre a possibilidade de inclusão de nitroazóis como inibidores desta enzima. Mais recentemente, pesquisas demonstraram que o núcleo 3-nitro-1,2,4-triazol promove maior potência anti-Tc e menor toxicidade quando comparado ao 2-nitroimidazol. Além disso foi demonstrado que 3-nitro-1,2,4-triazois atuam tanto na enzima nitroredutase quanto na CYP51, o que é de especial interesse uma vez que a atuação em múltiplos alvos pode evitar o desenvolvimento de resistência parasitária, além de terem aplicação em um maior espectro de cepas deste parasito. Desta forma, o objetivo deste projeto é o desenvolvimento de novos derivados 3-nitrotriazólicos planejados com base no grupamento farmacofórico dos IBEs ativos contra Tc e de substâncias com o núcleo 3-nitro-1,2,4-triazol que se mostraram potentes inibidoras de Tc. Especificamente, o planejamento dos novos compostos foi realizado substituindo o grupo 1,2,4-triazol pelo 3-nitro-1,2,4-triazol. Além disso, o grupo fenilbenzeno e difenileter foram incluídos devido ao fato de terem apresentado melhores resultados quando comparado ao difluorbenzeno. A rota sintética de obtenção dos derivados propostos se iniciará pela acilação de Friedel-crafts do fenilbenzeno ou difenileter com cloreto de cloroacetila, seguido de substituição com o 3-nitro-1,2,4-triazol, em seguida o intermediário será submetido à epoxidação de Corey e o epóxido será aberto com os diferentes fenolatos. A avaliação anti-Tc e os testes de citotoxicidade serão realizados pelo Centro de Pesquisas René Rachou/Fiocruz - MG. O modelo de avaliação anti-Tc é intracelular, sendo realizado em células L929. Os derivados de bifenila foram sintetizados em rendimentos satisfatórios e todos apresentaram excelente atividade anti-Tc, sendo mais ativos que o BZD. Os derivados de bifeniléter estão sendo sintetizados no momento.
Atividade sinérgica de derivados de benzimidazóis com anfotericina B e fluconazol como alternativa antifúngica no combate à criptococose
Bolsista: Bárbara Tavares Bezerra
Orientador(a): Marcio Lourenço Rodrigues
Resumo: A criptococose é uma micose sistêmica, causada por fungos do gênero Cryptococcus, sendo as espécies C. neoformans e C. gattii as principais responsáveis pela contaminação. A sua transmissão ocorre a partir do momento em que se inala esporos ou pequenas células dos fungos, que podem estar presentes em árvores de eucaliptos ou excretas de pássaros. As suas manifestações clínicas variam de acordo com o organismo do paciente e avanço da doença, entretanto, existem altos riscos de desenvolvimento de meningite criptocócica em pacientes imunocomprometidos. Atualmente, o tratamento mais eficaz da doença apresenta custos muito altos, o que prejudica a sua aplicação em diversas regiões afetadas pela criptococose, aumentando a chance de óbitos. Esse cenário exige que mais pesquisas, voltadas para a formulação de tratamentos mais acessíveis, sejam desenvolvidas. Tendo isso em vista, este projeto tem por objetivo, analisar o sinergismo entre os derivados de benzimidazóis albendazol, mebendazol, flubendazol e fenbendazol com anfotericina B e fluconazol in vitro contra C. neoformans e C. gattii. A primeira etapa do projeto consistiu em analisar a concentração inibitória mínima (CIM) dos derivados de benzimidazóis, para diferentes isolados. O experimento apontou MIC 50% e 95% para os compostos de mebendazol, flubendazol e fenbendazol e, para o albendazol, não foi determinado o CIM para as concentrações estudadas. Em seguida, experimentos de sinergismo foram aplicados para as combinações de Anfotericina B e fluconazol, juntamente com os derivados de benzimidazóis. A análise de dados foi feita por meio de cálculos do índice de concentração inibitória fracionada (FICI) e pelo modelo de independência de Bliss. Os resultados apontaram para pontuações gerais promissoras, principalmente para combinações de Anfotericina B e Fenbendazol para C. neoformans e C. gattii. O projeto ainda prevê etapas futuras focadas na realização de mais experimentos de sinergismo, análise de citotoxidade in vitro, atividade antifúngica intracelular e testes in vivo para os compostos, em modelo murino.
Página 23 de 46 páginas.